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Abrantes a incógnita de uma fundação





Abrantes, no curso médio do Tejo, espraia-se por colinas da margem direita do rio e destaca-se como charneira entre a lezíria ribatejana, a charneca alentejana e as serranias da Beira. 

Acede-se ao  seu castelo , galgando as ruas Capitão Correia de Lacerda (antiga Rua do Castelo) ou a de São Pedro (antiga Rua dos Coelheiros) íngremes o suficiente para nos recordarem que a vertente, do lado este do outeiro genético daquele, continua indomavelmente abruta e despida de casario, como ao tempo da implantação da primitiva urbe.   


A vertente, do lado este do outeiro genético do castelo, continua abruta e despida de casario

Assentes, no topo de outeiro abraçado em parte pelo percurso do Tejo, a cerca 196m de altitude, imperam, no dito castelo, mais tarde transformado numa fortaleza moderna, os remanescentes de várias estruturas históricas, de tempos diversos, que continuam na sua função de dominar visualmente a povoação e seus arredores. 


As fontes não nos fornecem qualquer informação sobre a data de início da construção do castelo abrantino, apenas sabemos que em 1173 já existia, pois consta de carta de doação. 


Imperam, no castelo, os remanescentes de várias estruturas históricas e épocas

Na década de 1170, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, na previsão de uma forte reação da mourama almóada, empenha-se a organizar o reforço das linhas dos prováveis embates futuros sobre as terras que, recentemente e a muito custo, tinha tornado portuguesas e cristãs e, por intermédio das quais, expandira o seu reino, em particular, na linha avançada do Tejo, onde Abrantes, tal como Santarém e Lisboa, se inseriam.  


Supostamente, o nascente burgo de Abrantes não possuía os meios eficazes de defesa, pelo que o rei recorreu à beligerância organizada dos monges-guerreiros da Ordem de Santiago da Espada à qual, em Setembro de 1173, doou o castelo e um vasto termo. 


Na linha defensiva do Tejo, a ação santiaguista poderá mesmo ter funcionado como um elemento promotor de movimentos migratórios determinantes para a consolidação territorial, mas, surpreendentemente a sua presença, em Abrantes, foi muito curta, pois em 1175 , bula papal não refere qualquer tipo  de posse da Ordem em Abrantes. 


Das estruturas do castelo medieval pouco resta, talvez a implantação da Torre de Menagem, a localização da porta (no ângulo nordeste) e o suporte de alguns panos de muralhas. 


 


O castelo continua na sua função de dominar visualmente a povoação e seus arredores

 

Abrantes, no curso médio do Tejo

A atual estrutura  castelo e fortaleza de Abrantes

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