Abro a janela sobre as açoteias.
A luz é uma indolência universal, despida.
Nos tépidos lençóis de cal varrida
Do mesmo sono
Sombras pacificadas,
No total abandono
Que a volúpia pedia.
Minaretes alados,
De fantasia,
Desabrocham no ócio dos telhados.
Além, o mar, sonâmbulo, tropeça
Na praia movediça
Onde o dia tem pressa
E a vida tem preguiça.